As distorções do pensamento são disfunções que acontecem no processamento das informações, ao tentar se adaptar aos esquemas negativistas. São erros que reforçam a crença do paciente em seus conceitos depressivos.
Mas para entender melhor as
distorções, vamos às definições de pensamento que segundo Velloso (VELLOSO,
2001) é como o “trabalho mental que emprega os materiais coletados pela
atenção, percepção, memória e consciência, organiza por meio das associações e
da imaginação, influenciado pela inteligência e pela afetividade, com o
objetivo de ajustar-se à realidade”. Já Nobre de Melo (MELO, 1979) define o
processo do pensar como o estabelecimento de integrações significativas
dirigida a objetos e estados de fatos e que é o pensar que produz o conteúdo do
pensamento.
Para
Beck (Beck, 1997) as distorções do pensamento podem ser representadas como Filtragem, Pensamento polarizado,
Generalização, Tirar conclusões precipitadas, Catastrofização, Personalização,
Falácias de controlo, Falácia da justiça, Culpa, Os “deverias”, O raciocínio
emocional, Falácia da mudança, Etiquetagem generalizada e Estar sempre certo.
Filtragem
Dificuldade
de enxergar o tanto o lado positivo quanto o negativo das experiências. Tem uma
visão de realidade distorcida.
Pensamento polarizado
Não
há meio termo ou é tudo ou nada, temos que ser perfeitos ou seremos uns
falhados. Como este pensamento não tem meio termo, as argumentação, julgamento
e concepções tem termos absolutos, não há alternativas.
Generalização
Chega
à conclusão baseada em um único incidente ou elemento de prova. Se algo de ruim
acontece uma vez, irão acontecer mais vezes. Utiliza um único evento
desagradável como um padrão de derrota sem fim.
Tirar conclusões precipitadas
Sem
que os outros nos informem, acredita-se saber o que elas estão sentindo e
porque agem de determinada forma. As conclusões podem ser tiradas através de
uma leitura mental, acreditar ter acesso aos pensamentos de outra pessoa ou
Leitura do futuro, criando expectativas de como as coisas vão acontecer.
Catastrofização
Espera-se
que uma catástrofe aconteça, independentemente da razão, tem incapacidade de
prever outra coisa senão o pior ou considerar uma situação como insuportável
quando apenas é uma situação incômoda.
Personalização
Pensa
que tudo o que as pessoas fazem ou dizem está
relacionado a ela. Utiliza-se da comparação com os outros, tentando determinar
quem é mais inteligente, mais bonito etc.
Falácias de controle
Senti-se controlado por fatores externos, se vê como uma vítima
impotente do destino.
Falácia da justiça
Tem um sentimento de ressentido porque acredita que sabe o que é
a justiça ou o que é justo, mas as outras pessoas normalmente
não concordam.
Culpa
Por vezes atribui a responsabilidade por sua dor á
pessoa, ou então dirige a culpa dos problemas para si mesmo. Por exemplo,
dizendo coisas do tipo: “Pare de fazer-me sentir mal comigo mesmo!”.
Os “deverias”
Muitos têm uma lista de regras rígidas sobre os outros
e acerca da forma como devemos comportar-nos. A consequência emocional é o sentimento de culpa.
Quando se dirige afirmações de dever em relação aos outros,
muitas vezes tem raiva, frustração e ressentimento, e o mesmo pode acontecer
quando se dirige esse tipo de afirmações a si mesmo.
O raciocínio emocional
Acredita que tudo o que sente deve ser automaticamente verdade. Sentindo-se
estúpido e aborrecido, então tem que ser estúpido e enfadonho.
Falácia da mudança
Espera que os outros mudem para se adequarem a ele.. Acredita
que as pessoas precisam, porque as esperanças de felicidade parecem
depender inteiramente delas.
Etiquetagem generalizada
Generalizar uma ou duas qualidades num julgamento negativo
global. Estas são formas extremas de generalizar, e também são referidos como
“rotulagem”. Ao invés de descrever um erro no contexto de uma situação
específica, se anexa um rótulo prejudicial para si mesmo.
Estar sempre certo
Tentar constantemente provar que as nossas opiniões e ações são
corretas. Estar errado é impensável e fará o que for necessário para
demonstrar que esta certa.
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