terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A origem sangrenta dos contos de fadas



Muitos dos mais populares contos infantis, como Branca de Neve e Alice no País das Maravilhas, tiveram seus primeiros relatos banhados em sangue, sexo, fome e violência. Conheça os casos escabrosos que estão nas versões originais - e nada infantis de várias histórias da carochinha!


1. UMA HEROÍNA MAIS REAL QUE 3D

O nome da protagonista foi escolhido como uma homenagem à garotinha Alice Liddel, amiga do autor, o inglês Lewis Carroll. E o livro nasceu quase na marra. Após contar a história, que inventara na hora, para Alice e as duas irmãs da menina, Carroll foi convencido a colocar tudo no papel.


2. ANARQUISTAS GRAÇAS A DEUS

O coelho atrasadinho e que está sempre estressado é interpretado como uma crítica do autor à repressora sociedade inglesa da época. Ironicamente, é ele quem atrai Alice para um mundo mágico e sem nexo em que há liberdade para os indivíduos interferirem nos rumos da sociedade.


3. VIAJANDO NA LAGARTONA

Tá tudo azul para a lagarta que Alice encontra fumando num baita narguilé. A geringonça e o fato de o bicho falar lentamente, "viajando" e filosofando, são até hoje associados ao consumo de ópio. A droga, que atualmente é ilegal, tinha uso medicinal na época da publicação do livro, em 1865.


4. COGUS ALUCINÓGENOS

A lagarta doidona explica que comer do cogumelo em que está sentada pode fazer Alice crescer ou diminuir de tamanho. Há quem veja nisso uma clara referência a cogumelos alucinógenos, embora não haja indícios, dentro ou fora da obra, relacionando o autor ao consumo dessa droga.


5. SORRISO DELIRANTE

O habitante mais alucinado do País das Maravilhas aparece e desaparece em vários momentos da trama, seja de corpo inteiro, seja mostrando apenas algumas partes, como o sorriso. Especula-se que o gato possa ter surgido das terríveis enxaquecas do autor Lewis Carroll, que relatou vários episódios de alucinação em seus diários.


6. NA CASA DO CHAPÉU

Alice topa com o Chapeleiro Maluco em um tradicional chá das cinco inglês. Na época em que a história foi escrita, muitos chapeleiros enlouqueciam de fato, por causa da exposição ao mercúrio usado na confecção dos chapéus. Os sintomas eram tremores nos olhos e membros, fala confusa e alucinações. O personagem serviu até de inspiração para um inimigo do Batman.


7. EXTINTO E POLITIZADO

O dodô, ave extinta no século 17, é interpretado como uma caricatura do próprio Lewis Carroll, cujo nome real era Charles Dodgson. Para variar, o autor aproveitou o personagem para dar suas alfinetadas. O dodô organiza uma corrida sem rumo, que não chega a lugar nenhum, como nas reuniões políticas desde aquela época


8. RAINHA SEM CORAÇÃO

A Rainha de Copas é outra caricatura da sociedade da época, mais precisamente da rainha Vitória: apesar de sua importância no reino inglês, sua autoridade não valia nada diante do Parlamento e do primeiro-ministro. Do mesmo jeito, no País das Maravilhas o bordão "cortem a cabeça dele!", da Rainha de Copas, nunca é cumprido de fato


Alucinação coletiva

Para muita gente, Lewis Carroll escrevia sob efeito de drogas. Uma lenda urbana engolida por muita gente é a que especula sobre o uso de substâncias alucinógenas por Lewis Carroll. Os rumores se baseiam na narrativa piradona e em elementos que remeteriam ao universo das drogas, como o narguilé e o cogumelo. Há quem jure que a inspiração do autor vinha do LSD, esquecendo-se que a droga só surgiu em 1938, décadas após a primeira edição da obra. Além disso, a complexidade dos enigmas lógicos e matemáticos dispostos ao longo do texto indicam que o autor escrevia lúcido. Sem falar que nada na biografia de Carroll sugere qualquer experiência com entorpecentes


Muito além do espelho

O universo surreal de Alice já serviu de inspiração para a ficção e até para a medicina!


LOST

Alguns episódios da série, como Coelho Branco e Através do Espelho, remetem à obra de Carroll.


MATRIX

No primeiro filme da trilogia, a escolha que Neo pode fazer entre tomar uma pílula vermelha ou uma pílula azul também remete ao livro.


BATMAN

Nas HQs, um dos inimigos do homem-morcego é um Chapeleiro Louco, inspirado diretamente no personagem doidão de Alice.


OS BEATLES

Lewis Carroll teve tal influência sobre a banda que é um dos homenageados na capa do álbum Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.


MEDICINA

A história batiza uma doença estranha, a síndrome de Alice, que faz objetos parecer muito maiores ou menores do que realmente são.


Fontes: Psicanálise dos contos de fadas - Bruno Bettelheim
Site: www.educarparacrescer.com.br

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